quinta-feira, dezembro 08, 2011

Deus Ex: Human Revolution Review



It's been a while!

Hoje trago-vos a minha crítica ao jogo DEUS EX: HUMAN REVOLUTION, um jogo da EIDOS Montreal e da SQUARE-ENIX. 

Nunca tinha jogado um Deus Ex antes. Quando saiu o primeiro Deus Ex não tinha computador que o conseguisse correr e quando finalmente adquiri computadores com a potência necessária o jogo já estava muito datado. Lembro-me que o primeiro Deus Ex tinha sido muito aclamado pela crítica e depressa conquistou um lugar entre os melhores Shooters de sempre. Depois lembro-me de experimentar a demo do Deus Ex 2 na Xbox. Fiquei bastante interessado no jogo já que os gráficos eram realmente muito bons, mas depois nunca cheguei a comprá-lo. Eis que é anunciado o Deus Ex: Human Revolution. Não foi um jogo que tenha esperado ansiosamente que chegasse, nem sequer era fã da serie, mas como este Deus Ex se tratava de uma prequela ao original, dicidi comprar. E sem dúvida alguma que foi uma excelente decisão.



Para quem não sabe Deus Ex conta-nos uma história de ficção científica onde os humanos podem comprar "Augmentations" para melhorar alguns aspectos físicos e mentais do seu corpo. Queres saltar 9 metros? Compra umas pernas novas! Queres levantar 1 tonelada? Que tal implantes de músculos robóticos para uma força extra? Queres conseguir processar mais informação mental? Comprar um Neuro computador que ajuda o teu cerébro. No mundo de Deus Ex qualquer aspecto humano pode ser potenciado graças à tecnologia. No início as "Augmentations" foram criadas com um intuito de ajudar as pessoas que por alguma razão perderam capacidades físicas (paraplégicos, cegos, surdos, etc.) mas como se sabe os humanos querem sempre mais e os que já eram saudáveis queriam ter capacidades sobre-humanas. Poderosas empresas de tecnologia foram criadas e depressa tornou-se costume entrar em guerras de espionagem e terrorismo industrial. Mesmo a própria sociedade sofreu grandes transformações. Para adquirir "Augmentations" era necessário dinheiro e depois era necessário mais dinheiro para comprar uma droga que impedia os implantes sintéticos de serem rejeitados pelo corpo humano, isto levava a que muitas pessoas morressem.

Portanto, a história é mesmo boa e muito interessante. Quem gosta de ficção cientifica depressa vai ficar interessado neste novo universo criado pela EIDOS. Para além de ter uma história muito bem pensada e que nos faz pensar, tem a capacidade de nos emergir neste mundo. Muitas foram as vezes que uma sessão de 1 hora se transformou numa de 4 horas. Sempre que peguei neste jogo nunca dei pelo tempo passar, o que começa a ser raro nos dias de hoje.



Para além da história, o ambiente que o jogo nos transmite está na mouche. As cidades, os personagens e a direcção de arte estão espectaculares. Pode não mostrar os melhores gráficos do mundo, mas estes estão sem dúvida bastante bons. A música também está "spot on".

Deus Ex: Human Revolution é um jogo que consegue misturar vários géneros num só e em cada um desses géneros consegue ser excelente. 

1. É um excelente FPS. O jogador tem à sua disposição vários tipos de armas e de granadas, só tenho pena da Eidos não empregar um pouco mais de tempo no feeling de disparo das armas, é tudo muito estático e claramente abaixo dos padrões dos últimos FPS que saíram. Mas é só um pormenor. 

2. É um excelente RPG. Ao longo da viagem de Jensen, o jogador vai ganhando experiência e dinheiro para comprar Praxis Kits que possibilitam desbloquear novas habilidades, assim como aumentar as suas capacidades físicas e mentais. Parece bastante banal, mas o sistema de upgrades das augmentations de Jensen é dos melhores que eu alguma vez vi num jogo. Quando se faz um upgrade consegue-se  realmente sentir a diferença no gameplay e muitas destas augmentations mudam radicalmente a forma de avançar nos níveis. É muito frequente, quando um jogador faz uma nova augmentation conseguir aceder a áreas que antes não tinha acesso, ou mudar o ambiente do jogo a seu favor. É realmente um dos aspectos mais bem conseguidos em Deus Ex.



3. Exploração/Aventura. A meio do jogo, e depois de ter adquirido um certo número de augmentations é que tive mesmo a noção da excelência de Deus Ex em termos de level design. Cada área tem dezenas de formas de passar. Muitas vezes existiam 5 maneiras diferentes de entrar numa sala. As augmentations também possibilitavam o desbloqueio de novas áreas nas Cidades, era só uma questão de voltar mais tarde com as novas capacidades. Muitas dessas áreas tinham surpresas bastante boas.

4. Stealth. Para quem gosta de jogos Stealth, Deus Ex é simplesmente imperdível. É possível passar o jogo todo sem matar ninguém e é possível passar o jogo sem ser detectado e sem disparar nenhum alarme. claro que existem sítios que é praticamente impossível de fazer isto, mas com muita paciência, com um bom conhecimento dos níveis e com as Augmentations certas é possível passar o jogo todo completamente indetectável. 

Resumindo, este para mim é sem dúvida o melhor jogo que joguei em 2011. Sim, sei que ainda me faltam jogar muitos jogos deste ano para dizer com 100% a certeza que este é o GOTY de 2011, mas uma coisa é certa, Deus Ex: Human Revolution é um dos melhores jogos desta geração. Uma história excelente aliada a uma boa jogabilidade em múltiplas disciplinas dos videojogos e em conjunto com um level design de outro mundo fazem de Deus Ex Human Revolution um dos meus jogos favoritos de sempre. É um jogo altamente recomendado.

domingo, março 06, 2011

Metro 2033 - Review



Metro 2033 tem uma história bastante interessante. Começou num blog criado por Dmitry Glukhovsky que teve bastante sucesso entre os utilizadores de internet Russos. Do blog passou para um livro que vendeu mais de 500.000 cópias e já foi traduzido para mais de 20 países. Depois do sucesso nos livros Dmitry Glukhovsky vendeu os direitos para que fosse criado um jogo e um filme. 

Метро 2033 (Metro 2033 em russo), foi lançado em Março de 2010 e foi desenvolvido pela 4A Games com publicação a cargo da THQ. 4A Games é uma companhia sediada na Ucrânia (Kiev) que começou pela mão de ex-trabalhadores da GSC Game World (outra companhia de jogos Ucraniana) que é conhecida pelo jogo S.T.A.L.K.E.R: Shadow of Chernobyl. Depois do lançamento de S.T.A.L.K.E.R. Oles' Shiskovtsov e Aleksandr Maksimchuk criaram 4A Games e usaram os seus conhecimentos adquiridos no desenvolvimento do motor de jogo de S.T.A.L.K.E.R. (X-Ray Engine) para criar o 4A Engine.



Porquê esta introdução gigantesca? Porque Metro 2033 é um jogo totalmente criado na Europa do Leste e não é lá muito frequente a cultura ocidental ser exposta por conteúdos da Europa do Leste, apesar de Portugal ter bastantes emigrantes, continua a ser uma cultura bastante fechada para nós. Mas vamos então para a análise deste grande jogo. 

História: Metro 2033 passasse em Moscovo, Rússia. Depois da superfície da terra ter sido devastada por ataques nucleares, o inverno nuclear e a radiação obrigaram as pessoas a instalarem-se no Metropolitano de Moscovo. É aqui que se desenrola grande parte da aventura de Artyom. O jogador vai ter de passar por várias estações de Metro que são controladas por grupos com distintas ideologias políticas. Existem estações controladas por Nazis, outras por Comunistas, outras ainda por bandidos. Para além disto a radiação nuclear e a natureza uniram-se para criar monstros que assolam os humanos dentro do Metro. A sobrevivência naquelas estações fica em risco quando os The Dark Ones (monstros) começam a aumentar os ataques contra os humanos. Artyom é assim obrigado a entrar numa grande aventura que o vai levar a várias estações de Metro e à superfície desolada de Moscovo para conseguir ajuda para a sua estação. Dmitry Glukhovsky criou um mundo bastante interessante com uma mistura de facções que dão um aspecto muito interessante à história. Também existe uma dose de thriller psicológico onde os monstros tentam levar Artyom à insanidade. Já tinha curiosidade sobre Metro 2033 mas depois de jogar o jogo, fiquei mesmo com vontade de ler o livro.



Apresentação: Metro 2033 vê-se que foi um jogo feito com muito carinho. Ninguém deixa de reparar na quantidade de detalhe e de tempo que os programadores perderam a recriar as estações de Metro. Vamos ver pessoas nos bares a falar de coisas que se passam por aquele mundo, vamos ver pessoas a trabalhar e outras nos mercados a negociar. Vê-se que os programadores quiserem realmente fazer justiça ao livro de Dmitry Glukhovsky.
No departamento gráfico a experiência varia bastante se o estiverem a jogar num PC ou numa Xbox 360. Na Xbox 360 não se pode dizer propriamente que é um jogo estelar. Os gráficos apresentam uma mistura de efeitos espectaculares e outros maus. De vez em quando a frame rate também sofre, mas no geral o jogo corre bastante bem na Xbox 360. Mas se jogarem Metro 2033 num PC potente, vão poder experiênciar gráficos verdadeiramente magníficos graças ao tempo que os programadores demoraram a polir este jogo para o PC e graças à inclusão das mais avançadas técnicas gráficas só possíveis com o DX11. 



Jogabilidade: Metro 2033 é um FPS e como grande fã de FPS que sou, fiquei bastante surpreendido com a possibilidade de podermos jogar este jogo de uma forma Stealth ou à Rambo. No entanto não posso deixar de apontar que se o jogador optar por jogar à Rambo (E em certas secções não tem mesmo hipótese) vai sentir-se frustrado com a demora de uma troca de arma, um reload ou o uso de medkit. Nos momentos mais frenéticos claramente estes sistemas não são rápidos o suficiente para ficarmos a par dos acontecimentos. Felizmente não são muitos estes momentos e se optarmos por uma abordagem mais stealth vamos ter tempo para tudo. No departamento da Inteligência Artificial do inimigo não encontrei muitas falhas. Sim existem alguns inimigos que não sabem realmente o que estão a fazer no Metro de Moscovo mas existem outros que conseguem ser verdadeiras ameaças à nossa existência. Também existência de vários tipos de monstros e de inimigos humanos faz com que nunca fiquemos fartos de lutar contra eles. 
Digno também de um mundo pós-apocalíptico estão as armas e a escassez de recursos no jogo. As primeiras armas que Artyom tem acesso são mesmo más e só mesmo no final é que vai ter acesso a equipamentos militares de topo. Também é preciso ser muito contido no uso de munição, pois vão existir muitas situações em que vão ficar sem ela, isto obriga a que o jogador tenha de procurar munições em corpos mortos ou em caixas. Para piorar ainda a situação há que ter atenção também à máscara de gás e aos filtros, pois quando o jogador entra em sítios tóxicos ou sobe à superfície, necessita da máscara para não morrer. Resumindo, Metro 2033 é um FPS muito bom, rico na forma como podemos abordar as situações e que introduz muitas variáveis em que o jogador tem de estar atento para não ficar a meio do caminho sem munições ou sem máscaras de gás. Uma experiência de sobrevivência ao seu mais alto nível.



Notas finais: Metro 2033 é uma aventura e tanto. No entanto fico com a sensação de que podiam ter feito as passagens pelas estações de Metro um pouco mais extensas, com a adição de algumas side quests (ajudar pessoas, ou algo do género). Existem alguns picos de dificuldade e alguns momentos onde não é muito claro o que o jogador tem de fazer ou para onde tem de ir, mas não é nada que manche o nome de Metro 2033. 
Metro 2033 é também uma experiência curta e linear, mas que acaba por ser realmente inesquecível! Possuí uma história muito boa, com um ritmo certo e sem secções de palha. Pode não estar tão polido a nível de jogabilidade como um Call of Duty ou como um Halo Reach mas é sem dúvida um FPS muito acima da média e vale mesmo a pena descerem até às estações de Metro 2033. 

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Wet - Review

Apesar do nome parecer bastante sugestivo, ainda para mais quando se faz uma pesquisa no google com esta palavra, Wet acabou por ser uma agradável surpresa. Na verdade, Wet não tem nada a ver com miss's tshirts molhadas ou outras coisas com caris sexual, Wet refere-se a uma pessoa que tem sangue nas suas mãos e neste jogo vamos ter litros e litros de sangue a passar pelas nossas.



Todos os jogadores ávidos que conheço têm uma certa relação difícil com os bargain bins. Porquê? Porque das duas uma, ou os jogos que estão lá são maus, ou se forem bons já os jogámos à 1 ano atrás. Wet foi um jogo retirado de uma dessas ilhas de jogos amontoados a baixo preço e muito sinceramente quando o comprei nunca pensei que fosse gostar tanto. Foi uma compra por impulso. Quando cheguei a casa fiquei uns bons minutos a olhar para o jogo e a pensar, mas porque raio fui comprar isto? Quando o jogo foi lançado tinha sacado o demo e achei-o bastante banal, nunca mais me lembrei dele até o ver no bargain bin.

Wet é um shooter em terceira pessoa cheio de acção e muito slow-motion à mistura para dar um ar mais cinematográfico e cool à coisa. Na verdade este jogo faz esse papel muito bem, pois os criadores quiseram-no mostrar como se fosse uma série de televisão na década de 70/80. Wet até tem um filtro de filme velho nos gráficos e em certos momentos do jogo mostra anúncios de TV antigos. Aliás os produtores deste jogo não se acanharam a ir buscar influências aos filmes do Quentin Tarantino e de Clint Eastwood dando a Wet um ar bastante único. Se uma das vossas principais queixas no mercado são que os jogos hoje em dia parecem todos iguais devido ao uso dos mesmos motores gráficos, direcções de arte desinspiradas e OST's Hollywood Style, neste jogo não vão encontrar nada disso. É um jogo fresco e único, uma verdadeira rebelião dos produtores em relação ao que mais se faz nesta indústria.



Infelizmente apesar deste jogo ser bastante original, não se livrou de uma certa não originalidade em relação à sua mecânica. Este jogo é quase uma cópia de Stranglehold, no entanto, apesar das muitas influências, as novidades inseridas conseguem tornar Wet ainda mais frenético.
Também foi pena não ter havido um budget maior para este jogo, nota-se perfeitamente que o tempo gasto no motor gráfico foi escasso, os gráficos são dignos de uma PS2 ou Wii em vez de uma consola com os cavalos de potência de uma Xbox 360 ou PS3.

Entramos na pele de uma anti-heroina sexy chamada Rubi. Muito rude e muito boa na arte de matar é das melhores mercenárias do mundo, quando as coisas ficam feias, Rubi é a pessoa indicada para limpar. Ao longo da aventura, o jogador é levado a vários locais desde a China Town em São Francisco até a Londres e Hong-Kong. Apesar dos locais serem variados, os cenários podiam ser mais distintos. Em termos de jogabilidade e se conhecem já Stranglehold, já sabem o que vos espera, muitos e muitos tiroteios com acrobacias mirabolantes em câmara lenta e um sistema de pontos que nos encoraja a matar os inimigos de várias formas e com estilo. Para além das várias armas que a Rubi dispõe, temos também uma catana para matar os inimigos que se aproximam perigosamente ou para despachar um inimigo que tenha resistido ao tiroteio.



Wet é um jogo bastante linear, andamos de corredor em corredor a despachar inimigos até chegarmos a uma arena onde temos de bloquear portas para que os inimigos parem de fazer respawn. Esporadicamente temos secções de tiro com uma metralhadora fixa e algumas secções que se passam na auto-estrada onde saltamos de carro em carro a matar gatunos da mafia.
Para além destas variações existem secções que transformam os gráficos do jogo por completo. Estas desencadeiam-se quando Rubi dispara na cabeça de um inimigo que se aproxima perigosamente e ela fica com a cara cheia de Sangue. Aqui a música transforma-se, os gráficos ficam estilizados à lá Killer 7 e temos de fazer a maior Kill Chain que conseguirmos para ganhar pontos que servem para melhorar armas ou desbloquear novas habilidades para a Rubi. Estas secções são sem dúvida os pontos altos do jogo.



Os únicos let downs para mim são mesmo a falta de batalhas com inimigos mais evoluídos e os gráficos que são fracos. Mas para compensar é um jogo bastante divertido e com uma jogabilidade simples e directa. Não demora muito para o jogador começar a matar inimigos com grandes acrobacias. Também não posso deixar de constatar que o final deste jogo foi um dos mais pobres, esperava uma batalha mais interessante mas tudo o que tive foi uma cut-scene acompanhada de quick timed events. Esperava algo mais excitante.

No final desta grande aventura de Rubi, fiquei fã. Por vezes os jogos baratos e que não tiveram grande sucesso comercial são mais interessantes do que muitos Juggernauts da indústria que vendem milhares e milhares de cópias. É um título experimental, que quebra todas as regras estabelecidas pelos grandes blockbusters e tenta fazer as coisas de uma maneira diferente. Apesar da grande maioria destas experiências falhe a nível comercial, pelo menos criou-se uma coisa diferente e temos de dar Kudos aos developers que fazem e lançam para o mercado este tipo de jogos alternativos. Wet pode não ser o jogo mais forte a nível técnico e pode ter os seus problemas, mas é um jogo divertido, com uma art work diferente e uma jogabilidade simples e viciante. Quando virem este jogo numa dessas bargain bin's dos hipermercados, não hesitem em levar uma cópia para vossa casa. Vale a pena.

sábado, fevereiro 19, 2011

Brutal Legend Review



Será esta uma Brutal Victory de Tim Schafer e da Double Fine ou uma Brutal Defeat?
Bom digamos que este jogo não é nem uma coisa nem outra.

Brutal Legend é um jogo que à primeira vista tem tudo para vencer. É uma comédia com participação de Jack Black, com um dos melhores produtores de jogos da indústria e com toda a mitologia do Heavy Metal. Existem também cameos de conhecidos cantores e uma banda sonora recheada de grandes hits de Heavy Metal. Vejam isto como o Tenacious D dos vídeojogos.

É caso para perguntar o que pode correr mal num jogo com tantos elementos AWESOME e BRUTAIS!

Bom efectivamente pode correr muita coisa mal. Mas vamos por partes.



Brutal Legend mistura vários géneros num só. É um open world com hack & slash na terceira pessoa com jogo de estratégia em tempo real. E apesar de à primeira vista esta mistura parecer-nos muito boa depressa descobrimos que Brutal Legend não consegue ser o melhor em nenhum deles.

Open Ended World. No papel esta palavra soa muito bem, mas quando se mete em prática depressa chegamos à conclusão que o jogo é repetitivo e monótono. Existem as missões principais e depois várias missões secundárias espalhadas pelo mapa. O problema é que as missões são repetitivas! Vamos passar várias horas a fazer Sneak Attacks, corridas de hot rods e andar à caça de animais. Para além destas missões também vamos descobrir que o mundo de Brutal Legend é uma seca. Não se passa nada para além de inimigos a vaguear nas estepes daquele mundo do Metal. É um mundo rico visualmente, sem dúvida nenhuma, mas no fundo é pobre em conteúdo e em coisas para fazer. Depressa fartei-me e segui com a campanha principal.

Hack & Slash. Também são poucos os produtores de jogos que conseguem fazer um sistema de combate bom. Brutal Legend cai no erro de tantos outros jogos Hack & Slash: Repetição de ataques. Neste jogo existem falta de combos e para além disso acabamos por estar sempre a fazer os mesmos ataques. Existem alguns moves engraçados que podem ser desbloqueados quando estamos perto de certas unidades de combate, mas tirando isso é carregar no A e no X a andar ou a correr para aviar os inimigos. Outra coisa que me irritou solenemente foi certos inimigos terem uma barra de vida gigantesca. Sei que os produtores deste jogo fizeram isto para obrigar o jogador a não ser um one man army, mas é mega irritante estar 3 minutos a descascar num inimigo e ele não morrer. Afinal somos ou não o Roady mais poderoso do mundo do Metal?

Estratégia. Neste departamento não tenho muito para me queixar, o jogo pode ser de estratégia mas é simples, existem algumas ordens um pouco complicadas de se fazer mas também não são muito necessárias até porque é raro haver dois ataques inimigos em sítios diferentes ao mesmo tempo. Existe um leque variado de unidades que podemos construir. Umas são unidades de ataques de longa distância, outras são de curta, umas são mais fortes com um determinado tipo de inimigos... bom o costume nos jogos de estratégia. De todos os géneros que este título foi buscar inspiração a parte de estratégia ainda é a mais divertida. Mas por vezes é arruinada por picos de dificuldade que existem nas missões finais. 
Mais uma vez pelo facto dos inimigos serem overpowered. Aliás na última missão tive de baixar a dificuldade do jogo para easy pois não estava a conseguir parar as ondas de inimigos e isso é sempre um mau sinal num jogo.

Também devo dizer que mesmo a nível técnico este jogo não tem nada de extraordinário os gráficos são banalíssimos e têm imensos problemas de pop-ups e frame-rate. Podia ter havido maior cuidado neste departamento pois o jogo a nível de artwork está muito bom mesmo. O mesmo digo do som, nada de especial até chegarmos à banda sonora que é composta por músicas de culto de Heavy Metal.



Apesar deste problemas todos ainda me consegui divertir com este jogo. O humor de Jack Black está sempre presente e se nos cingirmos às missões principais até vamos gostar do jogo e divertir-nos no entanto tudo o resto é uma grande perca de tempo e uma desaproveitamento incrível do mundo criado para este jogo. É daqueles jogos que tinha mesmo muito potencial mas deitou tudo a perder no final devido ao seu tamanho. Existem poucas companhias de jogos no mundo que sabem fazer jogos Open World. A Rockstar e a Bethesda são companhias que sabem-no fazer melhor do que ninguém, mas já vi muitos outros a escolher este caminho e a falhar redondamente... Double Fine foi mais uma vítima.

Portanto Brutal Legend é um jogo divertido, com uma excelente artwork e uma banda sonora brutal para quem gosta de Heavy Metal, mas também é um jogo cheio de problemas, alguns causados por decisões de Design, outros causados pela falta de polimento a nível técnico e outros ainda causados por haver pouco balance entre as unidades. Só recomendo mesmo se o apanharem a um bom preço e se não tiverem nada melhor para jogar.

domingo, fevereiro 13, 2011

Activision quer comprar Take Two?


Activision é uma das maiores empresas de vídeojogos do mundo e tem dado muito que falar ultimamente.

Começou com o fecho da Bizarre Creations, um dos estúdios britânicos mais bem sucedidos. Ganharam fama com a série Project Gotham Racing e com o Geometry Wars na Xbox e Xbox 360. Acabaram por ser adquiridos pela Activision e depois de terem lançado o Blur... Puff! Fecharam.

Mais recentemente fechou os estúdios responsáveis pelo Guitar Hero e pelo DJ Hero. O mercado de jogos de música começou a entrar e declínio e nada melhor que fechar estúdios e enviar centenas de trabalhadores para a rua.

Também não me posso esquecer do episódio que quase levou a Infinity Ward (responsável por Call of Duty um dos jogos mais rentáveis da Activision) a fechar devido ao despedimento de elementos chave da equipa que levou a despedimentos em massa por parte dos trabalhadores.

Agora surgem rumores que a Activision prepara-se para comprar a Take Two, conhecida por jogos como Grand Theft Auto, Red Dead Redemption e L.A. Noire.

Será que isto vai ser uma parceria pacífica? Ou será isto mais uma compra que vai levar à destruição de mais um estúdio? É que até agora todos estes grandes estúdios como a Electronic Arts e a Activision têm comprado imensas empresas que depois são dissolvidas quando um projecto não corre como esperavam e muitas vezes esse projecto não corre bem por culpa dessas grandes empresas.

Pandemic, Bizarre Creations... dois dos meus estúdios favoritos fecharam portas por causa destes Juggernauts da indústria.... :(

Esperemos que se esta aquisição da Take Two for realmente feita que as coisas corram para o melhor e que não aconteça mais um encerramento de uma empresa que faz jogos espectaculares.


P.S: Já conhecem a nova página de Facebook do blog Crónicas de um Xbox Fanboy? Carreguem no link, façam Like e passem a receber todas as notícias, crónicas e cenas que o Fanboy anda a fazer.
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domingo, fevereiro 06, 2011

Game Dev Story - iOS

Existem jogos que parece que foram feitos em laboratórios de alta tecnologia onde obscuros cientistas de bata branca remexem no nosso cérebro para descobrir a next big thing do vício. 

Game Dev Story é capaz de ser fruto de um desses laboratórios secretos.



Game Dev Story é um jogo feito para a plataforma iOS que dá vida aos vários aparelhos da Apple (iPod Touch, iPhone e iPad). Sim ainda não saiu na Xbox 360, mas já se sabe que muitos dos jogos que tiveram um sucesso incrível no iOS (Angry Birds, Flight Control HD) acabam por se espalhar para outras plataformas. Este é mais um bom candidato a aparecer no Xbox Live Arcade. 
O jogo é um simples SIM onde o objectivo é levar uma empresa de desenvolvimento de vídeojogos ao sucesso. 

Parece ser bastante inofensiva esta receita mas... vocês nem sabem onde se estão a meter. Isto é uma droga autêntica!

Começamos com uma equipa pequena de desenvolvimento. Temos de contratar programadores, designers, engenheiros de som, compositores, guionistas... O número de pessoas e de profissões vai aumentando à medida que a empresa vai evoluindo e à medida que os jogos vão-se tornando mais complexos.



Também à medida que o tempo passa e que a nossa equipa evolui (aqui podem evoluir o vosso staff de diversas formas e treiná-los para serem mais competentes) vão desbloqueando géneros de jogo e tipos de jogo. Por exemplo podemos fazer um jogo de acção com ninjas, ou um shooter com robots. Depois podemos distribuir pontos para a direcção que o jogo deve tomar. Se o jogo deve ser simples, se deve ser realista, se deve ser polido, ou se tem um universo rico... À medida que a nossa equipa de programadores faz jogos, vamos ganhando mais pontos para gastar na direcção e desenvolver jogos cada vez melhores. 

Começamos por desenvolver jogos para o PC onde existem poucas vendas já que a pirataria é muita. Também não se ganha tanto dinheiro já que os jogos PC normalmente são mais baratos. No entanto desenvolver para o PC tem a vantagem de ser mais barato e de não necessitar de licenças. À medida que vamos lançando jogos e que os euros vão entrando na nossa conta podemos começar a procurar licenças para desenvolver jogos para consolas. E aí sim, é que se faz dinheiro. No entanto atenção! Desenvolver um jogo para uma consola tem custos bastante elevados.

Para quem segue a indústria dos vídeojogos à uns anos, vai com certeza reparar que muitas das consolas que vão sendo lançadas têm a sua parecença com a realidade. Por exemplo vão a certa altura encontrar a Sonny com as suas populares Playstatus ou a Senga Uranus! São pormenores que vão fazer as delícias dos amantes de vídeojogos.



Também é excelente a forma como este jogo de certa forma nos dá um pouco do sabor amargo que esta indústria pode ter. Por exemplo quando desenvolvemos um jogo e por alguma razão os críticos dão uma má nota o que vai afectar as vendas. Ou a entrada e saída de consolas no mercado com licenças e custos de desenvolvimento cada vez mais elevados à medida que a tecnologia das consolas evolui. Ou o envelhecimento dos nossos fãs que faz com que tenhamos de apostar constantemente em publicidade e afins para cativar novos públicos. Ou simplesmente apanhar um membro da nossa equipa num mau dia enchendo o nosso jogo de bugs que depois mais tarde têm de ser solucionados o que demora o seu tempo e como sabem... tempo é dinheiro!

Também podemos lançar para o mercado a nossa própria consola. Mas ainda não experimentei essa parte do jogo pois os custos são bastante elevados.

Este jogo fez-me lembrar um jogo da SEGA para a Dreamcast chamado de SEGAGAGA. Este jogo mega raro foi uma espécie de um mimo da SEGA para os fãs, numa altura em que a SEGA se preparava para abandonar o barco do Hardware. Neste jogo tomáva-mos o controlo da SEGA e tínhamos de combater o domínio da Sony. Claro que os nomes das companhias não eram iguais, mas quem jogasse este jogo percebia claramente do que é que se tratava. SEGAGAGA tornou-se num dos jogos mais raros de sempre. Foi lançado em quantidades mesmo muito limitadas e transacionam-se cópias no Ebay na casa dos 250 dólares ou mais!



Mas Game Dev Story apesar de ser um jogo simples e viciante tem falta de algumas coisas para se tornar numa experiência mais real. Por exemplo falta a flutuação das vendas das consolas, falta o abatimento de custos de desenvolvimento e das licenças à medida que as consolas vão envelhecendo no mercado, falta o podermos colocar uma price tag nos nossos jogos. Falta por exemplo haver uma opção de port para outra plataforma de um dos nossos jogos lançado ou até uma opção de lançamento de um jogo para múltiplas plataformas simultaneamente. Falta a opção de pedir financiamento para fazermos jogos mais ambiciosos ou para poder comprar as licenças super caras das consolas mais avançadas. Bom na verdade falta muita coisa, mas todas estas opções iriam tornar o jogo demasiado complexo para a plataforma de que estamos a falar. 

Game Dev Story é um jogo bastante competente em termos de opções (embora pudessem ter ido mais além), muito simples e que vale bem os 79 cêntimos que custa na App Store. O grafismo e o som 8 bit retro é amoroso. Sem dúvida um jogo excelente para vos acompanhar tanto numa viagem longa como numa viagem de autocarro para a universidade ou para o emprego.




segunda-feira, janeiro 31, 2011

Multiplayer forçado.

É certo que alguns dos jogos mais populares e que mais lucro dão hoje em dia têm uma forte componente multiplayer. Veja-se o caso do Call of Duty ou do Halo Reach, jogos que vivem muito para além do single-player graças aos seus modos online que fazem com que os jogadores fiquem agarrados por horas e horas.

No entanto muitos outros caem no erro de gastar tempo de desenvolvimento e programação em modos multiplayer que depois ninguém vai jogar porque são fraquinhos.
Muitas Software Houses ainda não conseguem admitir que não são boas a fazer modos multiplayer e que existem jogos onde o multiplayer simplesmente não faz sentido.

Por exemplo: Dead Space 2 tem um modo multiplayer bastante fraquinho e a crítica nesse ponto tem sido unânime, não é um modo de jogo como deve ser, teria feito muito mais sentido um modo co-op, por exemplo. Outro jogo que tem sido um flop nas vendas é o Assassin's Creed Brotherhood que introduziu o modo multiplayer nas aventuras do Ezio. Pelos vistos ninguém joga aquilo online.

Quando é que as produtoras de jogo vão deixar de obrigar os programadores a gastar imenso tempo e dinheiro na criação de modos multiplayer com a esperança que se torne num mega hit multiplayer como o Call of Duty ou o Halo Reach. E muitas vezes esse tempo de desenvolvimento da parte multiplayer mete em causa a parte singleplayer que muitas vezes parece inacabada.

É tempo dos grandes senhores da indústria caírem na realidade. É preciso muito talento e muita sorte para se fazer um mega hit multiplayer. Não esperem que basta criar uma arena com alguns jogadores ligados em rede para que comecem a jogar online e a pedir mais conteúdo multiplayer para continuar a jogar. É preciso foco.