segunda-feira, dezembro 20, 2010

Next Gen onde estás?

Já foi à uns bons 5 anos que fomos gracejados com a que na altura era a nova geração de consolas. O grande mote era o HD. Gráficos com um detalhe e uma claridade de imagem nunca antes vista. Também se deu muita ênfase aos sistemas integrados online. Aliás é engraçado pois quando se fala da Xbox 360 e da PS3 ainda muitos se referem a elas como next-gen. Quantos anos vai ser preciso para catalogar estas consolas de apenas consolas e não consolas next-gen?

Passaram 5 anos e ainda nem sequer se ouviu falar ainda da nova geração. Sim todos nós sabemos que existem equipas tanto na Microsoft como na Sony a planear como serão as próximas consolas, mas ainda não existe nada em concreto.

E tão depressa não vai haver. Agora que tanto a PS3 como a Xbox 360 fizeram uma espécie de reboot às suas marcas (foram mudados logos e outras coisas) e agora que saíram os Kinect e os Move ninguém está a pensar na nova geração.

O que é pena. Digamos que já me sinto mais do que preparado para um Hardware mais poderoso. Esta geração a meu ver já deu o que tinha a dar, agora com o Move, kinect e o 3d essa percepção pode mudar um pouco pois são novidades que parece que dão uma pintura nova às consolas, mas os gráficos não têm sofrido melhorias.

Os jogos já nem sequer entram nos standards que as marcas no início estabeleceram. Ainda me lembro que um jogo da Xbox 360 tinha de ser obrigatoriamente em HD 720p. Muitos dos jogos que saem nem sequer são HD e cada vez mais se vêem exemplos disso. Upscale é o novo HD e isso não é de todo aceitável nos dias de hoje. 

E temos outro factor muito importante. A crise! A crise tem feito com que haja menos investimentos e as companhias não se sentem muito confortáveis a lançar-se numa nova geração de consolas. As vendas destas consolas continuam boas e são cada vez melhores mas isto é porque cada vez mais o público alvo dos jogos está a passar para um tipo de jogador mais casual (kinect e o move têm tido muito sucesso). Mas este público novo não se interessa por questões técnicas daí que a necessidade de estar a preparar uma nova geração de consolas é muito baixa.

O que irá acontecer aos Hardcore Gamers, que anseiam por uma nova remessa de hardware para acompanhar os tempos que correm? Bom, a meu ver o que vai acontecer é uma migração para a plataforma PC.

Embora mesmo aqui o PC se tenha retraído nos gráficos por culpa das consolas, o PC consegue fazer tudo e muito melhor que uma consola desta geração. E já não é preciso gastar 3000 euros num PC de topo para correr os últimos jogos. É possível arranjar um PC por 1000 euros que consegue dar conta do recado a 99% dos jogos que por aí andam sem problemas. 

Para além que os jogos PC são cada vez mais baratos graças a lojas de distribuição online como Steam.

Será que as consolas estão destinadas a um público cada vez mais casual e que os jogos hardcore tendem a desaparecer? Será que os hardcore gamers vão mudar-se para a plataforma PC revitalizando-a? E as companhias que faziam jogos Hardcore nas consolas será que vão mudar-se para o PC? Ou será que vão adoptar versões mais amigas dos seus jogos hardcore?

Muitas destas questões ainda não têm respostas e talvez sejam precisos alguns anos para as poder responder, mas sinto que vêem aí tempos de mudança. Vão haver mudanças que vão mudar radicalmente  a estrutura deste mercado e vai ser engraçado ver como é que as coisas vão evoluir daqui em diante. Não estou pessimista em relação ao futuro, mas estou bastante curioso.



segunda-feira, dezembro 13, 2010

Bayonetta - Bye Bye Dante



Sempre tinha ouvido falar muito bem de Devil May Cry. As aventuras do super cool Dante a distribuir porrada por uma data de monstros e bosses que atingiam proporções gigantescas. Tive oportunidade de jogar o 4 e detestei o jogo. Foi uma completa perda de tempo.

Bayonetta veio da mesma estirpe de DMC, mas, meu deus, é mil vezes melhor em todos os aspectos.

O jogo simplesmente elevou a fasquia para um novo nível. A nível de jogabilidade é francamente bom. Temos combates super frenéticos, cheios de combos e de momentos slow motion para desferir golpes a uma velocidade alucinante. E o mais fixe de tudo, é que o jogo mete pica só pela sua mecânica. Podiam tirar os gráficos, o som a história e iam continuar agarrados, pois o combate é mesmo do melhor que já vi num jogo de acção em terceira pessoa.

O grafismo não espanta, mas encanta, devido à direcção de arte absolutamente fantástica. Os inimigos estão francamente bem feitos e desenhados, os cenários estão porreiros também e as personagens são muito carismáticas. Aliás, pegando no exemplo da protagonista principal, a Bayonetta, a equipa perdeu horas e horas só a desenvolver o corpo dela (criaram uma deusa). É um jogo com uma marca muito própria e num mercado cada vez mais saturado com inimigos e cenários genéricos é bom encontrar alguém que rompa completamente com o que se faz por aí.
O jogo sofre alguns slowdowns aqui e ali quando as coisas começam a ficar loucas (too much shit on screen), mas tirando isso é um jogo competente no departamento técnico.



A banda sonora é linda também. Fly me to the moon a aparecer várias vezes e uma banda sonora bem disposta e arcadey complementam o resto. De referir também a épica música de Outrun no nível da auto-estrada.

Aliás...

Bayonetta é um jogo que não se acanha a mostrar o seu lado Geeky e Nerdy. Temos algumas alusões a jogos como Resident Evil 4, Outrun, entre outros. Para quem joga e está dentro desta cultura vai absolutamente adorar este jogo. Aliás em certas cut-scenes a equipa realmente abusa do bom senso. São cut-scenes completamente estapafúrdias inspiradas em animes... que confesso que no início me chocaram imenso, mas depois fui-me habituando.



Passei o jogo todo em 9 horas. E nessas 9 horas não encontrei muitas coisas que me irritassem. Apenas me irritou o facto de no final de algumas cut-scenes os inimigos iniciarem ataques sem escapatória possível quando ganhas o controlo da Bayonetta. O facto de haver repetição de bosses lá para o fim (é um mal dos jogos deste género infelizmente) e o facto de ser tão difícil comprar itens novos para a Bayonetta. São precisos mesmo muitos Halos para conseguirem comprar coisas fixes na loja do jogo.



Tirando isso é um jogo absolutamente brilhante e vale bem a pena estar na vossa colecção. Bayonetta para mim não só arrasou com DMC como também me deu sérias dúvidas se Ninja Gaiden continua a ser, ou não, o meu jogo favorito do género. Mas, se por acaso estiverem entre um Ninja Gaiden 2 e Bayonetta eu diria para comprarem Bayonetta sem pensar duas vezes. 

domingo, dezembro 12, 2010

Splinter Cell Conviction - Sam Fisher is back!



Eu adoro Splinter Cell.

Foi daqueles jogos que ajudou-me mesmo a ser um grande fanboy da Xbox. No tempo em que a falta de exclusivos, e vá, de jogos de jeito, na Xbox começava a preocupar os consumidores eis que a Ubisoft lança na Xbox um jogo stealth que usava todas as capacidades da poderosíssima consola da Microsoft. E o jogo era mesmo bom. Tudo bem, que foi sempre um timed exclusive, mas ainda assim Splinter Cell para mim nem fazia sentido noutra consola, pois era mesmo na Xbox que o jogo brilhava.

Passado alguns anos Splinter Cell voltou mas desta vez voltou mesmo exclusivo da Xbox 360.

O que me agradou imenso. :)

Devo confessar que fiquei um pouco desiludido com o Splinter Cell Double Agent na Xbox 360 e fiquei também chateado por ter estado à espera tanto tempo por um Splinter Cell completamente feito de raiz para a Xbox 360. Mas a espera até que valeu bem a pena.

Tudo bem que a história do jogo começa muito mal. Um grupo de terroristas quer fazer coisas más ao governo americano mas por alguma razão acharam que tinham de matar o Sam Fisher que já estava na reforma e estava-se a lixar completamente para atentados & shit. Bom, têm os maus ficado quietos e a história acabava logo ali, mas não... foram-se meter com Fisher e obviamente, foi uma má decisão. Já vi muitas desculpas esfarrapadas para um herói ser chamado, outra vez, para entrar em acção, mas esta foi simplesmente a mais estúpida que vi.

O que vale é que a partir daí a história começa a melhorar e no final até devo dizer que a achei bastante interessante.

No entanto quando comecei a jogar notei logo duas coisas. O Sam está mais bruto. O Stealth aqui parece ter ficado em segundo plano. Reparei logo quando vi que não dava para assobiar para atrair os inimigos. O que é extremamente mau. Sim! Existe a possibilidade de enviar sticky cameras que fazem barulho, mas e se não as tivermos? E pior quando matamos um inimigo não o podemos esconder! Ora, isto em certas missões é muito mau, pois se forem detectados corpos é logo Game Over.

O mais irritante nisto é que antigamente o Sam podia fazer estas cenas e chegamos ao SC5 e o gajo desaprendeu as coisas mais básicas. Os fãs já estavam habituados a estas coisas e tiraram-nas. E pior que tudo é que fazem falta!



Apesar disto e apesar do Sam estar mais bruto, existem missões onde o Stealth realmente reina, mas existem também muitas partes, onde Sam simplesmente rebenta com tudo e todos sem dó nem piedade. 

Não é nada de grave, até porque temos sempre escolha se queremos fazer as coisas em stealth mode, ou não. Mas não deixa de ser um pouco estranho para os fãs de repente verem Sam a armar-se em Rambo. Aliás Sam agora consegue marcar inimigos e com um botão apenas consegue matar 2, 3 ou 4 inimigos de uma vez. É um show! :)

A nível técnico o jogo está lindo. A nível sonoro também.

A história como disse é muito boa e muito disso se deve ao facto de coisas como objectivos, conversas, pensamentos, memórias sejam projectados no cenário de jogo. Existem certos pontos na narrativa onde conseguimos mesmo saber o que Sam está a pensar e a sentir, o que dá um toque muito especial ao jogo.
A história até pode não ser nada de extraordinário, (porque efectivamente não é) mas está tão bem contada que uma pessoa deixa-se levar e fica completamente imersa e curiosa sobre o que vai acontecer a seguir.

Não joguei Multiplayer nem co-op. Sempre joguei SC em single-player e não era agora que ia começar a jogar em multiplayer. Por isso, se quiserem uma opinião sobre este departamento, devem dirigir-se a um outro site.

Splinter Cell Conviction pode ser um pouco disruptivo com os anteriores jogos, o que pode irritar alguns fãs, mas é um jogo muito bom. Bons gráficos, bons níveis, bom som e um storytelling exemplar fazem de Splinter Cell Conviction um dos melhores SC. Para mim, não chega a bater o Chaos Theory, mas é claramente superior aos outros capítulos da saga. 

Só espero é que não tenha de esperar muito mais tempo para o Splinter Cell 6. ;)